CASA DE FARINHA
É o lugar onde se transtorna a mandioca em "farinha". A casa de farinha vem das nossas origens indígenas e até hoje tem um papel muito importante na vida dos povos.No período Colonial, a farinha de mandioca não era apenas usada para o sustento dos escravos, criados das fazendas e engenhos, era também utilizada pelos Portugueses que não tinham roças e principalmente como suprimento de viagem.Para maior durabilidade do alimento, a farinha de mandioca era misturada a farinha de peixe bem seco (piracuí), socada em pilão. Isso durava meses e era o farnel dos viajantes.Em destaque, a Casa de Farinha mostra um pouco da história da mandioca domesticada no Brasil, com grandes possibilidades de ser pioneira na Região dos Lagos, pois Tauá está especificamente em Cabo Frio, inserida apresenta evidências da domesticação vegetal. Para alguns cientistas e pesquisadores, a região foi uma das primeiras a realizar o cultivo da mandioca no Brasil.Telheiro ou abrigo destinado ao preparo da farinha de mandioca, foi assim chamado de Casa de Farinha, rusticamente montada na Reserva de Tauá. Porém, na fase pré-colonial uma casa de farinha, nada mais era que um abrigo de sapê, às vezes com apenas um lado fechado (como em alguns lugares ainda no Nordeste) coberto de palha e chão de terra batida tendo, um tacho; uma roda de madeira com veio de ferro; corda para girar a roda; banco de madeira, com caititu (triturador): coxo de madeira, aparador da massa; prensa; peneira onde passa a massa triturada e prensada para não passar pedaços grandes da mandioca; coxo para aparar a manipueira, que dá a goma; coxo de peneirar; fomo feito com uma enorme pedra de quartzo, apoiada sobre um tripé de madeira contrário ao fogo, rodos de pau que são utilizados para revolver a massa e cuias repartidas ao meio, como utensílios para as nossas ancestrais mexerem e jogarem para o alto a farinha, até o produto encontrar-se no "ponto certo", ou seja, torrado o suficiente para não estragar.O uso da pedra de quartzo foi paulatinamente substituído pelo enorme disco de argila com um ligeiro rebordo até quando a civilização introduziu os tachos de cobre.A matéria prima para se fazer a farinha, é a mandioca. A mandioca é um tubérculo (vegetal que cresce dentro do solo como a batata inglesa, batata doce, cenoura, beterraba, rabanete, e outros).O processo de produção da farinha de mandioca, inicia-se no plantio das nativas (pedaços de mandioca). ((A colheita - a mandioca sai da roça, diretamente para a Casa de Farinha; descasca-se, é raspada, sevada (triturada ou amassada) em um pilão) ou com as mãos); põe-se na água para pubar (significa maduro, podre, amolecer) em uma gamela, espremer em um coxo sobre o moinho com prensa ou num tipiti (instrumento tecido com talas de arumã - espécie de palmácia - usado para espremer a massa pubada) também conhecido como rabo de porco; torrar em forno de pedra e é só comer. A água que sobra da pubagem, é usada como bebida, tem um teor alcoólico alto e a farinha que decanta, é usada como goma (para engomar roupa) ou na fabricação de alimento (mingau, papas, sequilhos, bolos, tapioca, etc). Da farinha, é possível se fazer vários pratos, farofa, beiju, bolos, pão, etc
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