segunda-feira, 28 de junho de 2010

Histórias de Ipuenses.

HISTÓRIA DE JOÃO CRISTÓVÃO DE PAIVA

João Cristóvão ou João da D. Águida como era conhecido, morou por muito tempo em Fortaleza na rua São Paulo 1218, onde funcionava a “PENSÃO” de propriedade de sua mãe e que abrigava pessoas, estudantes, principalmente do Ipu.
Por algum tempo ali fixei residência, quando dos meus primeiros anos de estudo em Fortaleza, ainda recruta quase não conhecia nada e para melhor me adaptar fui morar lá em companhia de muitos outros filhos de Ipu.
João, além de funcionário do Excelsior Hotel, era alfaiate, costurando somente para homens.
Certa noite ao chegar do Hotel por volta de 10h.João procurou logo se recolher, era o plantonista da porta, ou seja, quem abria e fechava a porta para nós estudantes ali residentes.
Nesta noite quando chegamos da Central da RFFSA onde costumeiramente íamos esperar a chegada do Trem P6, vindo da zona Norte do Estado encontramos o nosso bom João dormindo de peito aberto, foi aí que o Gomes Farias que estava neste momento vindo da cozinha presenciou aquele momento de muito sono do João, e resolveu voltar ao local onde eram feitos os alimentos de D. Águida encontrou pendurada num prego da citada cozinha uma “fussura” ou “fissura”, e como a mesma ainda se encontrava fresca conseguiu molhar os dedos de sangue e passou no corpo de João que ao acordar e se dar conta daquele sangue em seu corpo faz um alarme dos mais incríveis correndo por todo interior da casa dizendo “Mamãe me acuda pelo amor de Deus que eu estou furado e não encontro o buraco”, quando D. Águida acorda e ver tudo aquilo diz: João isto é o sangue da “fissura”, já sei, é “safadeza” do Neném Pereira naquela época Gomes Farias era conhecido assim.
Mas tudo acabou em paz dormimos naquela noite depois de muitas risadas e gargalhadas
HISTÓRIA DO CAJÃO

No inicio dos anos 50, as músicas em evidência eram: O Tango, A Valsa, O Xote a Polka, e etc. O Bolero era pouco conhecido, estando naqueles anos começando a aparecer.
Cajão era muito dançador ao primeiro “toque” dançava até o último ininterruptamente, era como se diz do começo ao fim do Baile ou até o toque final que era o “Zé Pereira”.
Estava numa Festa no Grêmio e a Orquestra vinda de Sobral animava o baile vibrantemente, e em dado momento, Cajão dançava um XOTE, com um enorme chapéu “A Lá Mexicano” e a orquestra que era muito boa entoou o novo ritmo que era o BOLERO. Seu par de imediato parou. Não sabendo coreografar a nova dança. Cajão não gostou e perguntou: porque paramos?
Ela responde não sei dançar este ritmo.
Cajão insiste vamos, você como Pé de Ouro do Ipu, tem que saber dançar tudo.
Deolina, diz: seu Cajão, mas, eu não sei.
Ele resoluto responde, menina isto é muito fácil;São Apenas dois passos DENTRO e um nas BEIRADAS
HISTÓRIAS DE VICENTE ROCHA

Vicente Belém Rocha, depois que ficou viúvo resolveu fazer o que não tinha feito na sua mocidade, dançar muito (na ponta dos pés) subir e descer nos altos postes da antiga Cenorte, hoje Coelce, ser treinador de time de futebol e eterno político combatendo sempre os erros dos administradores.
Certa vez fazia uma volante anunciando um jogo de futebol que aconteceria na cidade, e ao passar por perto da Igreja Matriz, onde o Padre celebrava a Missa das nove horas, ouviu um sermão inflamado que o mesmo estava fazendo para os seus paroquianos.Visto aquilo Vicente que gostava das coisas direitas diz bem baixinho no microfone da amplificadora “HEI PADRE? DEIXE DE CONVERSA FIADA, EU QUERO É O CEMITÉRIO LIMPO!” Não quero saber de gritos na Igreja não! Naquela época o Cemitério era muito sujo e mal zelado, pois era administrado pela Paróquia.

Antonio Carvalho Martins, e com a armação satírica do Dr. Célio Marrocos, apronta umas das boas com o ínclito VICENTE BELÉM ROCHA.
Estava em épocas de eleições para Presidente da República, cujos candidatos eram: Jânio Quadros e General Teixeira Lote, respectivamente cognominado homens da vassoura e da espada.
Ao ser indagado sobre as eleições para Presidência da República, e outras coisas mais;
Vicente responde: Não estou sabendo de nada.
Não tarda e logo em seguida outro ataque, desta vez é o Antonio Martins quem fala:
Vicente, por que você com toda esta sua capacidade e com tão polpuda cabeleira (de leão), não se candidata! Ainda com a palavra Antonio Martins passa a dar uma “cordinha” dizendo Vicente aceite ser candidato você reúne todas as condições! Você já está até mesmo parecendo com este seu jeito de Político, de Presidente da República.
Vicente sem muitas delongas responde: já que vocês estão insistindo muito eu ACEITO. Mas quero o apoio de todos, mesmo porque eu não posso trabalhar só, é uma campanha muita pesada e difícil.
Todos aplaudem Vicente. Tudo isso aconteceu no Banco dos Velhos, como estava combinado. Naturalmente todos confirmam o apoio que para Vicente era por demais valioso. Mas Vicente retruca ainda:

Não pensem vocês que vou trabalhar somente por Ipu, eu tenho que trabalhar por Reriutaba, Cariré, Amanaiara e outras cidades da região.
Vejam que ingenuidade!...
É verdade!...

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