AMOR.
Como se a vida fosse à
ópera cintilante e etérea, do romanceiro da Inconfidência da vida.
Quem é este peregrino de semblante luminoso, que sublime e serenamente fala à
multidão?
Seus olhos ternos e vívidos parecem dois sóis onipotentes, brilhando pungentes
tais qual infinito anil.
Seus lindos cabelos perolados bailam no compasso do vento sutil da Galileia.
No alto da magistral montanha, percebo sua luz a irradiar ternura para a aflita
multidão, que estática acompanha seu verbo eloquente.
O vejo agora descendo o monte com delicados passos, que parecem flutuar sob os
lírios perfumosos que circundam a colina, que espelha sutileza nos espelhos
d’água de um lago.
O suave peregrino, tal como um cântico de esperança e vida eterna, parece agora
caminhar em minha direção. Seu doce olhar parece se dirigir aos recantos mais
pungentes de minha alma. O azul infinito da miríade sublime deste olhar,
parece desvendar todos os detalhes daquilo que suponho ser.
Mas Ele, o suave peregrino, Ele parece descobrir até mesmo o além daquilo que
sou. Ele parece saber tudo sobre o que fui, sou e serei. Ele parece descortinar
as lacunas que a mente humana não sabe distinguir.
Pareço agora ouvir sua sua voz tão terna, a clamar que devo prosseguir. Embora
os espinhos do caminho que por vezes sangram meus pés, a melodia encantadora de
sua voz, que soa tal qual harpa Divina, me diz que devo agradecer os percalços
deste íngreme caminho.
As pedras e espinhos, no compasso do vento do mar da Galileia, vão lapidando a
minha essência. Hoje embora as águas vivas firam meus finos pés, vou caminhando
na trilha das pegadas daquele humilde e terno jovem nazareno.
Hoje…. Mesmo que meus olhos cansados não consigam ainda enxergar a magéstica
luz daquele semblante, a voz do peregrino da Galileia é sempre a bússola que
dirige
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