É um auto popular natalino, de origem portuguesa, de evocação da visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus, com apresentação de danças dramáticas como o Terno de Reis, o Rancho e o Bumba-meu-boi. A Folia de Reis marca o fim do ciclo natalino, principalmente no Norte do país. A Folia tem início no dia 24 de dezembro, à meia-noite, e termina no dia 6 de janeiro, Dia de Reis. O desfile leva uma bandeira que muitos acreditam ter o poder de curar as pessoas.
Os foliões fazem paradas em casas previamente escolhidas, para cantorias, em troca de comida e bebida. As Bandeiras de Reis, como também são chamadas as Folias, têm versos próprios para pedir, agradecer e despedir-se dos moradores.
Quando as bandeiras percorrem apenas as ruas da cidade, chamam-se Folias de Reis ou Folias de Reis de Banda de Música. No entanto, quando também visitam os sítios e fazendas, recebem o nome de Folias de Reis de Caixa.
As folias têm de 8 a 20 foliões que são organizados de acordo com suas funções. Eles representam os próprios Reis Magos, acompanhados de empregados, como o pajem e os mordomos, soldados e o Demônio ou Herodes e seus soldados, perseguidores de Jesus Cristo. O mestre e o contramestre são as figuras mais importantes e usam fitas cruzadas no peito, capas de renda e ombreiras para diferenciarem-se dos demais foliões. O mestre é responsável pela organização da folia e o contramestre recolhe os donativos oferecidos pelos donos das casas. O alferes fica encarregado de levar a bandeira, que traz estampadas as figuras dos Reis Magos e da Sagrada Família e que é feita de acordo com as posses do grupo. Os músicos e cantores animam a folia com bumbo, violão, sanfona, pandeiro e cavaquinho. Cantam versos inspirados em trechos da Bíblia e sua música recebe o nome de toada.
Os palhaços, que representam os perseguidores de Cristo, apresentam-se depois dos outros. Usando máscaras e roupas improvisadas, eles dançam descalços, saltitam e recitam versos engraçados chamados chulas. Depois da apresentação dos palhaços são feitas as despedidas.
No encerramento da Folia de Reis, no dia 6 de janeiro, parentes, amigos e participantes de outras folias se divertem com muitas música, comida e bebida. E uma ceia é realizada a 2 de fevereiro, dia de N. Sra das Candeias. Os foliões cumprem promessa de por 7 anos consecutivos saírem com a folia. Conhecida nas cidades, vilarejos e fazendas do interior do RJ, ES, MG, GO, SP e PR, a Folia era essencialmente rural, mas nos dias atuais se expandiu, resistindo até mesmo nas grandes cidades (RJ, Belo Horizonte e Goiânia), no PA e no MA. A Folia de Reis revivia no campo as jornadas das pastorinhas urbanas, entre Natal e Reis.
(Fonte: Globinho Pesquisa, dez. 1996 e 1997)
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