sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


A vida, essa dádiva que Deus nos deu é repleta das mais incertas surpresas. E tinha que ser, pois, ao contrário, seria demasiadamente monótona. Trazemos, conosco,  um fardo natural de trabalho,   sofrimentos e decepções que é, também, naturalmente compensado pelas alegrias, realizações e gratidões.  Cabe a cada um de nós, dentro do livre arbítrio aceitar os desígnios que a vida nos apresenta.
As dores que nos afligem, por exemplo, são pessoais e incertas.   Em uns mais, em  outros menos. Entretanto, para cada uma dessas agonias a adiantada medicina prescreve medicamentos que sustam definitiva ou temporariamente esses sofrimentos.
Todavia, existe aquela dor que a medicina, na sua mais expressiva grandeza jamais será capaz de repará-la.  Refiro-me a dor que se manifesta do âmago da nossa alma, eu diria,  do coração. Ah, essa dor é tamanha e dolorida. Aparece-nos repentinamente e às vezes nos marca para toda a vida. É a dor da saudade da perda de um filho, dos pais, de um amor ou de um amigo.
Hoje, na Missa, encontrava-se na fila, à minha frente, uma senhora. Por ocasião dos cumprimentos de paz percebí no rosto daquela mulher sexagenária uma expressão latente de sofrimento e tristeza. Essa impressão foi ratificada quando durante a comunhão, enquanto ROBSON ALEXANDRE cantava “MÉDICO DOS MÉDICOS”  a senhora, a qual me refiro, chorava copiosamente. Percebia-se, claramente, tratar-se de uma dor irreparável. E nós, seus vizinhos, sofríamos contagiados em razão do seu sofrimento.
Minha senhora:  por tratar-se de uma dor incurável inexistem medicamentos para indicá-la, nem tampouco palavras para confortá-la. Mas, parece-me, o único remédio que posso lhe indicar está bem próximo, no altar, olhando para ti.
Abilio, 23 nov 2009.

“Quando descobrimos e admitimos as nossas limitações, passados os primeiros momentos de perplexidade diante de nossa impotência, experimentamos uma grande serenidade.   Se não podemos mudar os acontecimentos, então só nos resta vivê-los com aceitação.   Não se trata de desistir de lutar, mas de saber até que ponto essa batalha é produtiva.”



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