Enfim, a Igrejinha.
O relógio marcava, aproximadamente, uma
hora da manhã. Já era
Domingo de um janeiro de 2003. Na
pracinha do Quadro transcorria festivamente o primeiro reencontro oficial da
recém-criada – Associação dos Filhos e Amigos do Ipu – AFAI.
Capitaneado pelo Prof. Francisco Melo,
presidente, à época, da
entidade, e mais dois ou
três seguidores, dentre eles este escriba, nos dirigimos ao sino
da Igrejinha onde este
já se encontrava conectado a uma corda e passamos intercaladamente a badalar aquele bronze.
Para uns, um ato de molecagem; para outros, brincadeira, tão-somente. Mas, para nós foi um ato de rebeldia com o objetivo
de alertar as autoridades constituídas, sejam civis ou eclesiásticas de que
algo teria que ser feito em
benefício daquele pequeno santuário, palco primeiro das cerimônias religiosas
da nossa cidade.
Visando tornar realidade aquele pleito,
bem como o da reforma da Estação Ferroviária, ambos bandeiras da AFAI, visitamos nos
primeiros meses do mesmo ano, 2003, o
Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN, objetivando
mostrar ao seu superintendente – Dr. Romeu Duarte, a realidade daqueles dois
prédios históricos. Comovido,
o diretor daquele órgão acolheu o pleito da AFAI, mas pediu, para fortalecer o pedido, a parceria da Prefeitura
Municipal do Ipu através de um documento oficial.
No mês seguinte a AFAI retornava àquele
órgão em companhia da Senhora Assunção Carlos, assessora municipal da prefeita
Toinha Carlos, para fazer a entrega oficial do documento solicitado.
Dias e meses passavam sem que quase nada
de concreto fosse realizado. Alegavam os entraves burocráticos,
ausência de recursos, prioridades etc...
Veio à gestão municipal posterior. Prefeita – Maria do Socorro. A AFAI retoma o diálogo com o IPHAN e
convida seu superintendente e equipe para conhecerem “in locu” a situação
daqueles dois prédios históricos.
Atendendo ao pedido, o IPHAN, na gestão
do Dr. Romeu Duarte esteve
por duas vezes no Ipu. Em
ambas as ocasiões reuniões coordenadas pela AFAI foram feitas com a
participação de um representante do IPHAN – arquiteto Veloso, moradores da cidade, da família do
Mons. Gonçalo, da prefeitura e da Paróquia.
Mas, repetindo as palavras anteriores: Dias e meses passavam sem que
quase nada de concreto fosse realizado. Alegavam, sempre, os mesmos motivos.
A AFAI, porém, nunca desistiu. No ano de 2008 mais uma reunião
foi realizada na sede do IPHAN. Desta
feita com a presença do representante municipal na Assembleia Legislativa - Deputado Sávio Pontes.
Abílio Lourenço Martins.
Mas como das vezes anteriores, ficava
tão-somente nas auspiciosas promessas sejam no âmbito do Estado, através da
Secretaria de Cultura; do
município ou da União, representada pelo IPHAN.
Finalmente, só agora nos últimos dois
anos logramos êxito. Deram-se
as mãos: O Estado, através da Secretaria de Cultura; a prefeitura municipal – Sávio Pontes,
o IPHAN – Arquiteta Jussara Peixoto e os dois últimos presidentes da AFAI –
Guto Ponte e João Tomaz, além do povo com as suas apropriadas cobranças.
O certo é que no dia 13 de Maio de 2012
numa noite tão esperada e festiva o povo pode compartilhar com as autoridades
presentes a concretização da tão sonhada reivindicação.
Entretanto, dessas pessoas as mais
alegres, percebia-se, eram,
sem dúvida, o atual e os ex-presidentes da AFAI que nas primeiras filas
assistiam a tudo.
A emoção os envolveu ao ouvir novamente
os badalos daquele velho sino convocando, agora, os fiéis para a Missa de
reinauguração da Capela de Nossa Senhora do Desterro. A nossa velha e querida Igrejinha.
Abilio, 19 Mai 2012.
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