SEM
BORBOLETAS AZUIS
Professor
Ramos Pontes
“Nunca
te fiz um verso, Ipu”
Porque
até ontem fui romântico,
Curió
de bosques verdes
Onde
verde não havia.
Mas
como agora cresci,
Não
carrego olhar sombrio,
Nem
abrigo alma perdida,
E a
morrer jovem não aspiro
Deixo
minha assonância
Em
nada camoniana,
Ruptura
aos alexandrinos,
Ipu!
Ipuae! Ipuorum!
Abaixo
os que te querem a glória
De
cinzentas metáforas, apenas;
Olvido
sem sepultura aos teus cantores de utopias:
Menestréis
palacianos que ao ouvido encantam,
Mas
destroem do ser a essência verdadeira.
Trovadores
que te exaltam, te adulam,
Buscando
fama e poder,
Ipu!
Ipuae! Ipuorum!
Escondi
o meu poema
- Meu
teorema da cor -,
Que
calma e clama nas taperas,
No
concreto das calçadas,
Lá
nos portões do Mercado,
No
discreto da existência
- a
paciência da fome –
Que
em ti grita sem cessar,
Ipu!
Ipuae! Ipuorum!
Dos molambos que trafegam
Cobrindo formas de formas cadavéricas,
Ai! Ipu!, Ipuae!, Ipuorum!,
Que por falta de comida
São o verde – a cor nas taperas -,
Sem borboletas azuis:
Tema de tantas quimeras!
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