Aguardo com ansiedade as obras do professor
Francisco Melo. Apesar das leituras constantes e necessárias sobre os meus
temas de trabalho, considero que os livros do mestre ipuense inauguram o meu
“ano literário”.
Reconheço a importância de pequenas
doses de felicidade ao longo do dia, principalmente, dos mais difíceis. Porém,
o passar dos tempos também ensina a saber apreciar as experiências com o
cuidado que merecem. E foi assim, com carinho e paciência, que aguardei alguns
dias para ler com calma “Acordes na Madrugada – Poesia, Crônicas e
Comentários”.
Professor Mello sempre “se reiventa”. É
mais do mesmo, mas surpreende com o inédito. É o ontem, o hoje e o amanhã. É o
estudioso que sabe valorizar a pesada enciclopédia na prateleira da biblioteca,
mas que entende a relevância de comentários em uma rede social. Retrata como
poucos a simplicidade cotidiana, porém é ousado ao trazer, por exemplo, um
parágrafo sobre o aquecimento global após lindos versos sobre o amor. E quem
disse que ciência e sentimento não combinam?
Falando em coisas do coração... As obras
do professor Chico Melo são como casamento: a alegria, a tristeza, a saúde, a
doença. Escreve com gosto, com a riqueza de detalhes de quem “ficou pra contar
a história”. Na verdade, Chico Melo mataria Getúlio de inveja pois permaneceu
na vida e ainda entrou pra História como Imortal das Letras!
Acho interessante como o mestre ipuense
oferece seus livros aos que os conhecem e aos que não o conhecem. Parece que a
missão do homem é compartilhar experiência “com Deus, o mundo e o resto”. Seus cabelos
brancos são respeitáveis, sua trajetória profissional como educador é
inquestionável e marca/marcou muitas gerações de Ipu, mas seu legado é mais
amplo.
Francisco Melo é um homem que não
coleciona pessoas com uma frieza quantitativa, mas sempre tem um comentário
carinhoso a tecer sobre elas. Sigo aprendendo com seu exemplo e, felizmente,
hoje chegou o dia de registrar o meu.
Um abraço da Lívia Xerez