História
Aparição
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo da
Companhia de Jesus, em
Roma: a história registrada pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757, cujos documentos se encontram no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá.
[5]
O povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festa em homenagem à presença de Dom Pedro de Almeida e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no
Rio Paraíba com a intenção de oferecerem peixes ao conde.
[1][6] Os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus.
[1][6] Após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu.
[8] Eles já estavam a desistir da pescaria quando João Alves jogou sua rede novamente,
[1][6] em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça.
[1][6] Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem,
[1][6] que foi envolvida em um lenço.
[7] Após terem recuperado as duas partes da imagem, a figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la.
[2] A partir daquele momento, os três pescadores apanharam tantos peixes que se viram forçados a retornar ao porto, uma vez que o volume da pesca ameaçava afundar as embarcações.
[9] Esta foi a primeira
intercessão atribuída à santa.
[6]
Início da devoção
Durante os quinze anos seguintes a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para
orar.
[8][10] A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da santa.
[8] A fama de seus supostos poderes foi se espalhando por todas as regiões do Brasil.
[8] Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo tornou-se pequeno para abrigar tantos fiéis.
[8][10]
Assim, por volta de
1734, o vigário de Guaratinguetá construiu uma
capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em
26 de julho de
1745[8][10]. A capela foi erguida com a ajuda do filho de Filipe Pedroso, que não aprovava o local escolhido, pois considerava mais cômodo para os fiéis uma região próxima ao povoado.
[11]
Há relatos não confirmados de que no dia 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, o então
Príncipe Regente do Brasil,
Dom Pedro I e sua comitiva, visitaram a capela e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Coroa de ouro e o manto azul
Chegada dos missionários redentoristas
Coroação da imagem
A
8 de setembro de
1904, a imagem foi coroada com a riquíssima coroa doada pela
Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por D. José Camargo Barros, com a presença do
núncio apostólico, muitos bispos, o presidente da República
Rodrigues Alves e numeroso povo. Depois da coroação o papa concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e
indulgências para os romeiros que vêm em peregrinação ao Santuário.
Instalação da basílica
Emancipação político-administrativa
Em 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros, emancipou-se politicamente de Guaratinguetá e se tornou um município, vindo a se chamar Aparecida, em homenagem a Nossa Senhora, cuja devoção fora responsável pela criação da cidade.
A rainha e padroeira do Brasil
Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Principal em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI. A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome dopapa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904.
Pela Lei nº 6 802, de 30 de junho de 1980, foi decretado oficialmente feriado o dia 12 de outubro, dedicando-se este dia à devoção. Também nesta lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.
Rosa de Ouro
Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, gesto repetido pelo Papa Bento XVI que ofereceu outra rosa, em 2007, em decorrência da sua viagem apostólica ao país nesse mesmo ano, reconhecendo a importância da santa devoção.
Houve necessidade de um local maior para os romeiros, e em 1955 teve início a construção da Basílica Nova.
[10] O arquiteto Benedito Calixto idealizou um edifício em forma de cruz grega, com 173m de comprimento por 168m de largura; as naves com 40m e a cúpula com 70m de altura.
[10]
Centenário da coroação
No mês de maio de
2004 o papa João Paulo II concedeu indulgências aos devotos de Nossa Senhora Aparecida, por ocasião das comemorações do centenário da coroação da imagem e proclamação de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil. Após um concurso nacional, devotos e autoridades eclesiais elegeram a Coroa do Centenário, que marcaria as festividades do jubileu de coroação realizado naquele ano.
Descrição da imagem
A imagem, tal como se encontra no interior da Basílica.
A imagem retirada das águas do rio Paraíba em 1717 mede quarenta
centímetros de
altura e é de
terracota, ou seja,
argila que após modelada é cozida num forno apropriado.
[8] Em estilo seiscentista, como atestado por diversos especialistas que a analisaram ,acredita-se que originalmente apresentaria uma
policromia, como era costume à época, embora não haja documentação que comprove tal suspeita.
[8] A
argila utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de
Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo.
[8] Quando recolhida pelos pescadores, estava sem a policromia original, devido ao longo período em que esteve submersa nas águas do
rio.
[8] A cor de
canela que apresenta hoje deve-se à exposição secular à
fuligem produzida pelas chamas das velas,
lamparinas e
candeeiros, acesas por seus devotos.
[15][8]
Através de estudos comparativos, a autoria da imagem foi atribuída ao frei
Agostinho de Jesus, um monge de São Paulo conhecido por sua habilidade artística na confecção de imagens sacras.
[1][8] Tais características incluem a forma sorridente dos lábios, queixo encravado, flores em relevo no cabelo, broche de três pérolas na testa e porte empinado para trás.
[8] O motivo pelo qual a imagem se encontrava no fundo do rio Paraíba é que, durante o período colonial, as imagens sacras de terracota eram jogadas em rios ou enterradas quando quebradas.
[16]
Os fragmentos do corpo da imagem, depois do atentado de 1978.
Em 1748, o padre Francisco da Silveira, estava em missa realizada onde hoje é o município de Aparecida, quando escreveu uma crônica onde menciona a imagem de Nossa Senhora como "famosa por muitos milagres realizados". Na mesma crônica descreve que os peregrinos se locomoviam grandes distâncias para agradecer as graças alcançadas.
[15]
Estando a
noite serena, repentinamente as duas
velas que iluminavam a Santa se apagaram. Houve espanto entre os devotos, e Silvana da Rocha, querendo acendê-las novamente, não conseguiu, pois elas acenderam por si mesmas.
[10] Este
milagre de Nossa Senhora, ocorrido mais provavelmente em 1733.
Em meados de
1850, um
escravo chamado Zacarias, preso por grossas correntes, ao passar pela igreja onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora Aparecida, pede ao feitor permissão para rezar. Recebendo autorização, o escravo se ajoelha diante de Nossa Senhora Aparecida e reza fervorosamente. Durante a oração as correntes milagrosamente soltam-se de seus pulsos, deixando Zacarias livre.
[10]
Um cavaleiro de
Cuiabá, passando por Aparecida, ao se dirigir para Minas Gerais, viu a fé dos romeiros e começou a zombar, dizendo, que aquela fé era uma bobagem. Quis provar o que dizia, entrando a
cavalona
igreja. Logo na escadaria, a pata de seu cavalo se prendeu na pedra da escada da igreja (Basílica Velha), vindo a derrubar o cavaleiro de seu cavalo; após o fato, a marca da ferradura ficou cravada na pedra. O cavaleiro, arrependido, pediu perdão e tornou-se devoto.
[10]
A menina cega de nascença de Jaboticabal - SP.[editar | editar código-fonte]
Por serem muito devotos de Nossa Senhora Aparecida, os membros da família Vaz de Jaboticabal - SP rezavam e falavam muito sobre os acontecimentos referentes a Nossa Senhora Aparecida. O casal desta família tinha uma menina que era cega de nascença e que sempre ouvia atentamente ao que falavam. A menina tinha uma vontade muito grande de ir até a Igreja. Naqueles tempos, onde tudo ainda era sertão, ficava muito difícil de se chegar até lá. Mas com muita dificuldade, fé e perseverança, mãe e filha da família Vaz de Jaboticabal - SP chegaram às escadarias da Igreja, quando, surpreendentemente, a menina cega de nascença exclamou: "Mãe, como é linda esta Igreja!". Daquele momento em diante a menina que era cega de nascença passa a enxergar normalmente.
[10]
O pai e o filho foram pescar. Durante a pescaria a correnteza estava muito forte e por um descuido o menino caiu no rio. O menino não sabia nadar e a correnteza o arrastava cada vez mais rápido e o pai desesperado pediu a Nossa Senhora Aparecida para salvar o menino. De repente, o corpo do menino parou de ser arrastado enquanto a forte correnteza continuava e o pai salvou o menino.
[10]
Um homem estava voltando para sua casa, quando de repente ele se deparou com uma
onça. Ele se viu encurralado e a onça estava prestes a atacar, então o homem pediu desesperado a Nossa Senhora Aparecida por sua vida, e a onça foi embora.
[10]
Basílica de Nossa Senhora Aparecida, Brasil.
Para celebrar o centenário da Coroação da Imagem da Padroeira do Brasil, a Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Noroeste Paulista - AJORESP, com apoio técnico do
Sebrae (São Paulo), promoveu um Concurso Nacional de Design, visando selecionar uma nova Coroa comemorativa do evento.
O Júri Institucional do evento selecionou, por consenso, o projeto da designer Lena Garrido, em parceria com a designer Débora Camisasca, de
Belo Horizonte (
Minas Gerais). A nova peça foi confeccionada em
ouro e pedras preciosas especialmente para a solenidade do Centenário da Coroação de Nossa Senhora Aparecida, no dia
8 de setembro de
2004.