(set/2004)
Morava nas proximidades da “Mina
Velha”, em um humilde casebre ficado a margem da estrada, bem próximo de um
cajueiro, que durante décadas fora ícone e principal sinalização da curva
que antecipava a reta de subida à Ibiapaba. Era um mulato baixinho, cabelos
encarapinhado, já assinalado pela névoa do tempo, contava com seus quarenta
e cinco cinquenta anos, isto nos idos de mil novecentos e cinquenta e nove,
sessenta, portanto hoje deve está somente às lembranças.
À curva havia um frondoso e juazeiro, bem ao lado uma pequenina bodega. Ao
perceber a presença de algum cliente, ele mandava esta:
Eu sou cego de nascença
Nunca vi a luz do dia
Irmão dê-me uma esmola
Filho da Virgem Maria!
Permanecia ali, durante a semana, quando se escasseava a freguesia, saía
com seu guia casa-a-casa a recolher suas esmolas.
Aos Sábados seu “point” dava-se nas proximidades do Banco do Brasil. À
sombra de velhos oitizeiros, onde também ficava a banca da Trovão e
Baronesa, posteriormente da Dona Fransquinha do Sr. João Passos, depois
transformara-se num pequeno quiosque, dando lugar atualmente a um posto de
gasolina e suas instalações.
Sempre a seu lado uma vazia lata de goiabada Cica, ou uma meia-combuca de
queijo Palmira, onde eram depositadas as “ajudas”.
Ao ouvir o tilintar das moedas em sua vasilha, abria a garganta a cantar,
sempre no tom de agradecimento.
Era sábado, á quietude da tarde lá estava o Sebastião, já devidamente
“calibrado”. Ajuntaram-se umas cinco ou seis moçoilas, hoje Senhoras:
Iolandas, Socorros, Dionéias, Marias, Jaciras, etc...
Eu, a parte, como sempre a margem, sentado no paredão, quieto como a tarde,
observava a tudo e a todos.
Uma das jovens atirou uma moeda, seguidamente viera a sonora
resposta:
“Lá vem a gauça avuando
Com um biquín perequeté.
Só num quero cupôvo saba
Rosa branca, qui teu amôr e José.”
Em seguida mais um tilintar:
Lá vem a gauça avuando
Cum biquíni para beber
Só num quero qui o povo saba
Rosa branca, ki meu amôr é você!
Outro tituliar, desta vez acompanhado de um pedido: Odete, Sebastião!
Ele: Odete ouça meu lamento...
Mais uma moeda e o pedido: Odete, Sebastião!
Ele: Odete ouça meu lamento...
Mais uma moeda e outro pedido: Odete!
Desconfiado o cego mete a mão na lata, constatando está a mesma cheia de
pedrinhas, injuriado exclamou: O tabaco da Odete!
Correram todos rindo, eu testemunha ocular da cena, feito um louco aqui rio
sozinho, quase cinquenta anos depois. Raposas Urbanas.
Era sábado, seis e meia, sete horas da manhã. Chovia. Não aquelas
torrenciais e comuns dos invernos locais, mas um gélido sereno que me fazia
engurujado. Retornava ao Alto dos Quatorze onde morávamos, voltando da
“sôlta” do riachão donde deixava as vacas leiteiras, empresa pecuária,única
fonte pecuniárias da família.
Das proximidades da Caixa-d’água e até a Igreja nova (Matriz de São
Sebastião), dado o declive existente, e ser o “leito” da rua constituído de
um argiloso solo, tornava-se mais liso que mussum ensaboado na presença dos
turbos pluviais, transformavam-se contínuos e intermitentes sulcos, sendo
preservado em estreito trilho onde passaria apenas uma bicicleta a cada
vez.
À minha frente, ia um caboclo baixo, passos lentos e distraídos. Aos ombros
carregando um pau-de-galinha. Uma meia dúzia em cada extremidade, todas com
os pescoços voltados para cima, como que a contrariar a lei da gravidade.
Aquí acolá uma “cocoricava”, como a reclamar do desconfortável transporte.
Serelepe seguia o caiçara, quiçá pensando num bom negócio que iria
realizar, e ou na possíveis aplicação do líquido capital que seria
auferido, ou quem sabe...
Logo atrás vinham três ou quatro ciclistas enfileirados. Eis que o “pole
position” resolve buzinar, com fito de alertar o transeunte que
transportava os galináceos. Este se assustara com o “trim-trim” ao seu
ouvido, e num ímpeto pulara à frente dos ciclistas, que concomitantemente
caíram umas sobre outras. Na queda, sujaram-se todos com “barro-vermelho”,
quando um ciclista revoltado gritou: “Perai fii duma égua!!!”. Ao mesmo
tempo soltaram-se duas galinhas que fugiram, uma para um lado outra para o
outro da rua. Ante a ameaça, o “galinheiro” repôs aos ombros o ora
desfalcado pau-de-galinha, em quanto como num passe de magica surgiram ao
menos dez pessoas entre adultos e crianças que sob o frio sereno perseguiam
as indefesas “penosas” com a ferocidade dos canídeos- julpes, verdadeiras
raposas da cidade.
O Matuto, o Cavalo e o Cigano.
Vindo dos lados das Flores era
desses subnutridos, mas, sobretudo um forte sertanejo. Franzino, um fino
bigodinho, olhar manso esboçando a sabedoria, prudência e simplicidade de
nossa gente. Chegara por volta das nove dez horas , decididamente
dirigira-se a feira dos animais.
Antes porem houvera dado um trato no seu ginete, levado ao riacho e
caprichado naquele banho. Era um cavalo tordilho de médio porte, com
aproximadamente quatro cinco anos de idade.
Muito bem tratado, pêlo agora mais reluzente após o tratamento de beleza.
Em chegando a feira logo fora cercado por admiradores e interessados entre
eles um grupo de ciganos com seu arrastado sotaque impregnado pelo dialeto,
que os diferenciava dos demais presentes. Giron de cadon de celon! Coisas
assim. Logo propuseram troca aproximando-se do matuto um trio com sua já
conhecida técnica , falavam quase que concomitadamente , não deixando para
que seu interlocutor pensasse ao resoponder. - Vamos dar uma t rocada ?! -
Levas um belo animal de volta , batendo ao lombo de um velho e cansado
jumento, completava o outro. - Aínda leva algum dinheiro de volta Giron,
completava o outro. - O Matuto na sua calma própria dos sábios fê-los
entender que nao interessaria trocar . - Entreolharam-se os ciganos . - E
quanto queres no animal? - Sete mil cruzeiros, responde este. - Ah! quer
meter mão -de-pilão em orifício retrofolicular de gato?! - Tentaram outra
técnica. - Vamos tomar um negocinho alí Giron?! _ Vamos ,responde
alegremente o Matuto.
Saem os quatro em direção a bodega mais proxima , Bar Alvorada . Um deles
ordena ao Teuízio: Bote aí três canas ! Indaga o Matuto, três ou quatro ?
Tres responde um deles , ele não bebe . Sabidamente um ficaria sóbrio para
fechar o negócio. Conversa daquí. conversa dali , e o cavalo quanto é ?
Oito mil cruzeiros, responde . Entreolham-se novamente os ciganos ,
Pausa... - Vamos tomar outra ? - Vamos responde o matuto. Disfarçam daquí e
dalí e perguntam eo cavalo quant o é? - Nove mil cruzeiros ! Ele está
nervoso , alega o sóbrio cigano, vamos tomar outra .
Voltam a bodega e ... mais três! Papo daquí papo dalí, até que um deles ,
notadamente o sóbrio pergunta : Qual é mesmo o preço do cavalo?! -
Dirigindo-se ao animal , monta-o e com aquele soluço próprio do efeito
etílico, replica" :O cavalo?! num tem preço não sinhô, num vendo pru
dinhêro ninhum, eu ia vender pra tomar um porre, mas já tomei, vou mimbora
viu?!" E se foi deixando os experts de boca aberta e brigando entre
si.
Estávamos lá pelos idos de mil
novecentos sessenta, sessenta e um por aí.Já começava eclodir o progresso,
eram os anos JK, rareavam-se as tropas e os tropeiros.
Onde se via o vazamento do combustível das réquias , ora observava-se no ar
o peso do monoxido de carbono.O tropel da cavalhada ia dando lugar
gradativamente ao rangido dos pneumáticos no paralepípedo. O
escandalosos`ornejos da jumentada ia se transformando num misto do trom dos
motores a explosão entrecortados por estridentes buzinas.
Eram os caminhoês oriundos da serra do sertão e de outras paragens. Um
simples, outros bem equipados com pneus banda-branca,reluzentes calotas,
antenas encimadas por bandeirinhas diversas, entres estas a brasileiras e
ou as dos clubes do coração. Guarda-lamas com singelos quadros, quase
padronizados,uma casinha branca,,alguns coqueiros, um terreiro,uma lagoa
etc.. Aquí, acolá,a excêntrica figura do amigo-da-onça empandilhando a paz
de alguém. Para-choques difundindo as mais vãs filosofias dentre algumas
destacamos:
FELIZ FOI ADÃO NÃO TEVE SOGRA NEM PATRÃO; SE TRABALHO GERASSE RIQUEZA
JUMENTO TINHA CASCO DE OURO.
Seus proprietários eram idolatrados por todos, do infinito rol
destacamos:
CACHORRÃO: Ou Raimundo cachorrão,ao contrário do que induzia alcunha
tratava-se de um manso e pacato cidadão, nada a ver com o cognome.
GATÃO; Famoso por manter senpre caminho~es novos ,bem equipados,abastecia
as mercearias circunvizinhas de Fortaleza e Sobral.
Piné: Corruptela de Pinel,iamgino,por ser o mesmo arrojado ao
volante.
Favela : Seu Antonio Favela , notório pelo descaso dispensado ao seu chevrolet
1954. Tendo certa vez perdido a carrossaria, conforme conta seu Antonio
Martinzão.
Raimundinho Freitas, o estragado, assim de nominado pelo excesso de zêlo
dispensado ao seu FORD.
O Zezé do seu Manu Carlos,cadê aquele minino com seu chevrolet Brasil? João
Italiano e seu três boléias ; Seu Arlindo e o joãozinho, e tantos outros
.
Dionízio : Não o Grane nem O Pequneno, mas o caminhoneiro e seu GMC, que
vendo um numeroso grupo de pessoas que desjava embarcar no seu pequeno
caminão lagou esta pérola do cearencês:
Em meu carrin réi só rai quem que rêi quem num rêi num rai"
Da série cenas da feira O Ipuense Cidade de São Sebastião de Ipu ,manhã de
Abril , o ano não saberia precisar ,mil novecentos es sessenta e dois, tres
, talvez. Era um ensolarado sábado, sob cada mungubeira da cidade
dormitavam "sub jugos” réquias cargueiras vindas do interior do
município.Depois de vencidas léguas e léguas transportando pesados fardos ,
aínda assim retinham enrgia para uma masturbação, demostrando seus dotes
físicos ,"GIGANTES PELA PRÓPRIA NATUREZA", atraindo ou desviando
os olhares das pudicas moçoilas que alí passavam. Entre a praça JARDIM DE
IRACEMA e o prédio do BANCO DO BRASIL havia uma frondosa mangubeira .
Ao contrário das demais,como descrito, alí estava uma solitária jumentinha
, talvez por precaução do seu dono ,ante os ímpetos sexuais da espécie
mormente os machos , talvez mera coincidência .De repente o solitário
animalzinho deita-se e começa a esponilar-se, aí alguém para , mais um,
outro,outro mais, forma-se um círculo, surgem os palpites. Isso é
dor-de-barriga preconiza seu Vicente Rocha , que lentamente segue seu
caminho. Nunca viram um animal se espojar magote de fii dumas éguas !?
Vocifera o Feroz e segue seu caminho.Continua o grupo absorto,de repente
algue´m observa o rompimento da bolsa e o vazamento do l´quido
amniótico.Era o milagre da vida acontecendo,nascia um jumentinho.
Naste instante o gaiato do FLORIVALsugere: Aquele a quem o jumento primeiro
olhar é seu pai! Pois o tênue rebento , rodopiou nas patinha fazendo um
cículo de quase 360 graus como a perfilhar-se de todos os presentes .
Risos.... Alguém sugere um nome?! Pergunta o Florival -Gangão! -Carretel!
-Andaluz! Alguém sugere que o animalejo levasse o nome do Zevaldo.
.Como houvera protesto deste ,instalou-se uma assembléia Geral
Extraordinária de cuja pauta se lia : 1- O nome do jumento. 2- Assuntos
gerais Por maioria relativa dos votos dos presentes ficou decidido o nome
de I P U E N S E. Em assuntos gerais o Chiquinho Soares alegou que ao Sr
Zevaldo não assistia razoes para protestar vez que o mesmo era o Rei das
jumentas do Ipu.Acusando aínda de ter omesmo mantido um caso
homosexozoológico com um jumento Bicó do seu Toto Beluca.
Sem mais para grafar , eu joao antonio martins lavrei a presente ata que
por mim e pelo sr presidente aquí vai assinada.
Bodão x Bombeiro
ago / 2004
Refletido do meu caleidoscópio da memória como um incidente raio da vida,
vivida ha pelo menos quarenta anos passados, tranporta-me a mais uma cena
da feira do Ipú,reviscerada em vendo a fotografia do Bodão.
Conforme descrito Bodão era um "carreteiro autonomo" , slavo
engano residia às proximidades da "Cadeia Pública, hoje Casa de
Cultura Valderez Soares, minha xsuadosa mestra de Educáção Art´stica. Tinha
como seu parceiro pricipal, de copo e de cruz,um outro carreteiro
"free lance" de nome Bombeiro. Por volta de doze treze horas já
reduzia-se o alarido a feira dos sábados, silenciavam-se os prego~es dos
vendedore: De farinha- a mais famosa , do São roque; Feijão dos Inhamuns;
Rapaduras da Boa Vista, a mais alvinha e doce como os lábios de Iracema...
Persistiam apenas alguns propagandistas que teimavam em demonstra r a
eficiência das suas miraculosas mesinha: Oleo do peixe puraqué, o peixe
elétrico do Amazonas que afirmavam era excelente no tratamento da artrite,
artrose,bico-de-papagaio, além de ser um santo remédio praquela castanhas
qui o povo chama de rim (grifo do Florival). Um outro com um velho
microfone enrolado a um mulambo, som amlpificado por um também microfônico
auto-falante, exaltava o exuberante poder de cicatrização do óleo de
baleia, cortando-se com uma velha lâmina de barbear.Em uma velha mala
trazia consigo sempre um manso e indolente lagarto, vez por outra amea çava
abrí-la,com o que afugentava os mais audazes curiosos que se aproximassem,
reiterando que iria soltar a cobra.
Encerrava-se outrossim minha "longa" semana, restando-me devolver
ao meu pai o capital auferido na venda das rapaduras, o que fazia
religiosamente. Nao me era deferido muito tempo para lazer, entretanto os
pequenos lapsos , dadas as raras oportunidades que tinha em vislumbrar o
vai-vem das pessoas , eram aproveitadas ao maximo, guardando a sete chaves
os acontecimentos e ou suas sigulares similitudes.
Nas proximidades da loja do Sr Zé Osmar ficava a banca do Mané Galinha
Morta, parceirão do Ciço Rico, este que por exibir um aureo sorriso
(popular boca rica) era asssim conhecido; Aquele pois seu slogam ao ofercer
suas quinquilharias era sempre: UMA GALINHA MORTA ( gíria da época que significava
muito barato) Presenciei certo sábado a dupla BB ( bombeiro e bodão), já
devidamente "melados" desmontando a banca do então ambulante,
hoje próspero e estabelecido comerciante Mané GM que a levariam alhures
após a feira . Punha o bombeiro às costas do Bodão as encaixilhantes
madeiras quando este produzuiu a seguinte frase ,retroz do meu exdruxulo
memorizar , das mais profundas nulidades não fossem dos personagem que
eram: Oh! cunhado! não me faças uma pombalidade dessas em meus intestinos
lombais" !
Por João Antonio Martins
O Escandaloso
Seu Manuel Sativo era um senhor de baixa estatura, taciturno, contava à
época com seus cinqüenta anos. Chapéu de palha-de-carnauba, abas largas
quebradas a frente, que sempre retirava ao cumprimentar alguém, ou punha
sob o braço em qualquer comemoração cívica. Calças de mescla imperial,
camisa de riscado de punhos longos e sempre cerrados, abertura fechada até
o ultimo botão; tudo isso sobre suas “alpercatas currulepos”; Enfim, homem
de rígida formação moral bem aos padrões da época.
Casado com Dona Bela Satiro, sobrenome advindo via de regra do marido, sob
a égide da Santa Igreja Católica.
Ela trajava seu vestido de chita, sempre aos tornozelos, trazia às mãos
suas sandálias, que somente punha aos pés`ao chegar à cidade, ao que parece
por hábito dos “serranos” ou medida de economia.
Levavam vida simples, viviam basicamente da fabricação de cordas de caroá
(do tupi-guarani – kara-wá – Talo com espinho) espécie de fibra natural da
região dos carrascais da Ibiapaba.. Lado-a-lado iam às feiras onde vendiam
o produto de seus suores e o sumo de sua arte. A principio tinha renda
garantida, quer pela abundancia do vegetal. quer pela diversidade do seus
compradores. Com o decorrer do Tempo fora seu mercado esmagado com os
“cabos de agave”, já com cunho da industrialização, portanto mais
abundantes, consequentemente a preços mais competitivos, até por serem mais
duráveis e mais fortes. Por conseguinte foram os mesmo substituídos pelas
cordas de nylon, engolindo-os com a voracidade da questionada
modernidade.
Entretanto nos áureos tempos ainda, em um daqueles sábados seu Manuel e
Dona Bela venderam toda sua produção semanal, logo ao expô-la à mercancia.
A “feira” das cordas dava-se ao lado da “feira das loiças”, isto é, estendia-se
mais ou menos da residência do Sr. Oscar Coelho indo até as proximidades do
Bar Cruzeiro.
Em ali estando o simbólico casal, fora alertado com a “sineta da Estação”
que a todos avisava da chegada do trem-de-ferro.
Dispondo do tempo seu Manuel convida a Dona Bela a ir conhecer a
maria-fumaça.
Chegando à Estação ficaram abismado com o povaréu sobre a plataforma.
Precavidos, mantiveram-se afastados com os olhos esbugalhados, embora
carcomidos pelo tracoma”. Na expectativa da chegada do comboio, um olhava
para esquerda e o outro para direita. Eis que o trem chegara, do lado que
vigiava a Dona Bela. Ao aproximar-se ela puxa-lhe o braço e diz:
- “Vem cá Manel, espia!
- Ele olhou e vislumbrou em seu pasmar, uma muralha de negrume se
movimentando com a conhecida onopatopáica: “ Café com pão, bolacha não..
Admirou as rodas que não saiam dos trilhos. Observando seus movimentos, viu
ao lado de cada uma delas enorme cilindros dos quais saiam lubrificadas
hastes que iam e voltavam proporcionando seu movimento. Segurou a mulher
pelo braço dizendo:
- “Vamos “simbora” Bela! Isto é escandeloso!”
Contava esta estória repetidas vezes, mormente depois da “bicada” que dava
na bodega do seu cumpadre Chico Gabriel, onde algumas vezes guardara as
excedentes das feiras. Ressaltava ainda ter deixado de ser meeiro de um
grande sitio, pertencente a um nobre cidadão Ipuense, em virtude de sua
denominação: “lasca da velha”. Ainda, enquanto vida tivesse não admitiria
seus olhos virem cenas tão lancinantes.
Seu Manoel e Dona Bela, que Deus os tenham.
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