
Ainda no que diz respeito à fabulação, que nas proximidades da cidade de Ipu, ao sopé da Serra Grande e denominada em suas faldas, deságuam as águas do Riacho Ipuçaba, que formam a nossa conhecidíssima “Bica do Ipu”. Reza a tradição que, certa feita, um jovem par, casado às escondidas da família, descia a famosa escada de pedra que liga o vale ao alto das serranias. Numa fração de segundo, o jovem é lançado despenhadeiro abaixo... Anos depois, era sempre observada à tardinha a reprodução da tragédia... Haviam casado na manhã do trágico dia e afirmavam as más línguas que fora a noiva que empurrara o jovem sertanejo...
Há muitas décadas passadas dois ingleses andaram pelas cercanias do Ipu e localizaram minas de ouro. Um deles se chamava Dixon. Depois de levantar o mapa da região percorrida e o local exato da situação da mina, parte para capital do Império, a fim de conseguir o natural privilégio de exploração.
Ao regressar, foi morto misteriosamente no Recife, quando dormia, e nunca mais tivemos noticias do “homem das minas”.
O engenheiro Heráclito de Carvalho, de sociedade com o coronel José Bernardo Teixeira, resolve, então, explorar a mina do Ipu, situada a doze quilômetros da cidade.
Presta numerosa caravana de trabalho e Põe mãos à obra. Conseguiu encontrar algumas pepitas do precioso metal.
Caindo em desalento, foi envolvido por um terrível nervosismo. Curado, na Capital do Império, regressa ao local da mina e ergue, então, singular aparelhagem, por ele mesmo idealizado. Novamente é acometido de mal súbito, vindo a falecer pobre e desiludido.
Este foi o fim melancólico das célebres minas de ouro do Ipu... (Enciclopédia dos Municípios – Vol.nº. 5 de 1957. Páginas de 272 a 283)
Contou-nos certa vez quando da construção da Estrada de Ipu a São Benedito, quando o engenheiro responsável pela construção da mesma deu por encerrado os trabalhos o José Assis de Araújo em companhia do Manoel Marinho da Mina, José Pedro Soares, Antonio Álvaro de Mesquita e Alfredo Pereira da Silva, galgaram a formosa Serra da Ibiapaba em um caminhão FORD pela estrada que acabara de ser construída.
Convém salientar que neste dia era 24 de fevereiro de l922 por volta de 10 horas da manhã, foi à primeira vez que um automóvel subiu a grande Serra da Ibiapaba.
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